AÇAÍ NO PARÁ: SAFRA RECORDE E TARIFA DOS EUA PRESSIONAM MERCADO
- Ruan Brito
- 5 de ago.
- 2 min de leitura
Com o início da safra de 2025, a oferta aumentou rapidamente, pressionando os preços pagos aos produtores. Apesar do maior volume de fruta disponível, a renda dos pequenos agricultores — muitos deles formais ou informais ribeirinhos — tende a cair, já que enfrentam maiores dificuldades de negociar e formalizar contratos.
O estado do Pará é responsável por cerca de 95% da produção brasileira de açaí, com aproximadamente 820 mil toneladas por ano, das quais cerca de 60% ficam por aqui, 30% vão para outros estados e apenas 10% são exportadas.
Desde o último dia 1º de agosto, os Estados Unidos implementaram uma tarifa de 50 % sobre produtos importados do Brasil, incluindo toda a polpa de açaí, elevando o percentual base em muitos casos para esse patamar.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), isso pode reduzir em cerca de US$ 5,8 bilhões por ano o faturamento das exportações agropecuárias brasileiras para os EUA, refletindo uma queda estimada de 48 % no volume exportado, frente aos US$ 12,1 bilhões de 2024. Embora o açaí não seja detalhado isoladamente neste cálculo, ele faz parte do amplo pacote agrícola afetado pela tarifa, junto com café, carne, suco de laranja e frutas frescas.
O aumento da produção interna no Pará reduz preços locais, mas reduz também a renda dos vendedores. A tarifa adicional de 50 % imposta pelos EUA cria um obstáculo crítico para as exportações, potencialmente inviabilizando os mercados americanos.
A cadeia mais afetada será a dos pequenos produtores e comunidades tradicionais, com menor poder de negociação e estocagem. Para manter a sustentação comercial, o setor precisará se adaptar rapidamente ou buscar outros destinos de exportação, o que demanda tempo e articulação diplomática.
Para este empresário do ramo, a expectativa é que a safra deste período seja produtiva
O governo brasileiro, em conjunto com exportadores, vem mapeando e projetando novos mercados para redirecionar produtos afetados pela barreira dos EUA, como países da Ásia e Oriente Médio. Ainda não há um plano específico para o açaí, mas a estratégia envolve diversificar destinos e acelerar acordos com importadores alternativos.
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