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Prefeitura emite nota pública sobre situação de Ajuruteua


Foto: Lúcio Coutinho

Foto: Lúcio Coutinho

A prefeitura de Bragança, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), emitiu uma nota pública, na tarde deste domingo, 10, esclarecendo sobre os fatos que envolvem a praia de Ajuruteua.

A nota foi produzida pelo então secretário da pasta SEMMA, Luís Eustórgio Pinheiro Borges

Secretário Municipal de Meio Ambiente e Presidente do Fórum Permanente de Secretários Municipais de Meio Ambiente do Estado do Pará.

Nela consiste, uma avaliação sobre os fenômenos nas regiões litorâneas do Estado do Pará e o levantamento dos trabalhos que estão sendo executados nas áreas costeiras.

Na nota o secretário diz que o fato não se limita a praia de Ajuruteua, mas a outros Estados de regiões litorâneas.

“Já faz algum tempo que venho acompanhando a situação flúvio-costeira do Estado do Pará e o que estamos vivenciando hoje em nosso município, mais especificamente na praia de Ajuruteua, não é exclusivo de Bragança!”, disse Luís Eustórgio.

“Hoje, temos 7 Estados brasileiros que vivem a problemática do avanço da maré. E em todos, sem exceção, todas as tentativas de evitar o avanço das águas do mar estão sendo derrubadas!”, afirma o secretário.

Foto: Mauro Mello

Foto: Mauro Mello

“No Estado do Pará, a situação dos municípios de Abaetetuba (praia de Beja), Barcarena (praias de Vila do Conde, Itupanema e Caripi), Belém (Ilha de Mosqueiro), Marapanim (praias de Marudá e Crispim) e Salinópolis (praias da Corvina, Atalaia e Farol Velho) também estão sofrendo os mesmos problemas. Cito estas praias pois são as mais conhecidas, mas há ações desta mesma natureza também na Ilha do Marajó (Salvaterra e Soure) e nos municípios de Colares, São João de Pirabas, Vigia e Viseu”, acrescenta Eustórgio.

Luis Eustórgio também fala que outros pontos de Bragança, o avanço do mar é visível. “Aqui em Bragança não é só Ajuruteua, que está ocorrendo este problema. Já identificamos outros locais que também estão sofrendo com o avanço da água do mar e que, infelizmente, a gravidade talvez seja até maior!”, diz ele.

Na nota, o secretário critica as formas que a situação da praia está sendo noticiada e publicada. Ele diz, que há uma forma exagerada de dizer que a praia está acabando.

“Tenho lido, principalmente em mídias sociais, pessoas escrevendo que a praia de Ajuruteua está acabando... que está sendo destruída! Sinceramente, não vejo por este lado! Não é este o meu entendimento, assim como de muitos pesquisadores sobre a questão.”

Em outro momento da nota Luís Eustórgio chama a sociedade à luz de uma reflexão sobre os cuidados do meio ambiente.

“É óbvio que os prejuízos às pessoas que empregaram recursos financeiros nas construções de imóveis, são grandes. Mas precisamos fazer algumas reflexões, entre as quais: será que a sociedade de uma forma geral não tem uma parcela significativa de culpa, quando jogamos um lixo no chão, quando insistimos em entrar com nossos veículos na praia, quando desmatamos, quando insistimos em construir em cima de dunas, quando jogamos nossa água servida de qualquer modo na areia... Enfim, quando infringimos as leis da natureza?”

Para ele a praia não está acabando, mas sofrendo transformações naturais.

“... volto a afirmar que não vejo que a praia de Ajuruteua está acabando! Acredito que este é o momento para pensarmos nas gerações futuras. De pensarmos que praia que queremos, que tipo de turismo que queremos, que tipo de economia que queremos e que respeito ao Meio Ambiente devemos adotar”, complementa ele.

A nota também fala que a prefeitura tem mobilizado forças para tentar amenizar as consequências que o avanço das águas na praia tem causado, principalmente as famílias que moravam na orla da praia ou tinham estabelecimentos comerciais nesta área.

“O Prefeito João Nelson instituiu em 2013 por meio de Decreto Municipal um GT, o GT-GERCO (Grupo Técnico de Gerenciamento Costeiro) e nós, da SEMMA, estamos coordenando os trabalhos. Trata-se de um fato inédito em nível nacional, demonstrando a preocupação da Gestão para com a questão. Tanto é que, que estamos buscando discutir perante aos órgãos estaduais e federais, com o apoio do Ministério Público do Estado e do Ministério Público Federal. E mais: com a participação da sociedade, principalmente ouvindo as pessoas que moram em Ajuruteua”, disse Eustórgio.

Veja a nota completa:

NOTA PÚBLICA!

Já faz algum tempo que venho acompanhando a situação flúvio-costeira do Estado do Pará e o que estamos vivenciando hoje em nosso município, mais especificamente na praia de Ajuruteua, não é exclusivo de Bragança!

Hoje, temos 7 Estados brasileiros que vivem a problemática do avanço da maré. E em todos, sem exceção, todas as tentativas de evitar o avanço das águas do mar estão sendo derrubadas!

No Estado do Pará, a situação dos municípios de Abaetetuba (praia de Beja), Barcarena (praias de Vila do Conde, Itupanema e Caripi), Belém (Ilha de Mosqueiro), Marapanim (praias de Marudá e Crispim) e Salinópolis (praias da Corvina, Atalaia e Farol Velho) também estão sofrendo os mesmos problemas. Cito estas praias pois são as mais conhecidas, mas há ações desta mesma natureza também na Ilha do Marajó (Salvaterra e Soure) e nos municípios de Colares, São João de Pirabas, Vigia e Viseu.

Aqui em Bragança não é só Ajuruteua, que está ocorrendo este problema. Já identificamos outros locais que também estão sofrendo com o avanço da água do mar e que, infelizmente, a gravidade talvez seja até maior!

Tenho lido, principalmente em mídias sociais, pessoas escrevendo que a praia de Ajuruteua está acabando... que está sendo destruída!

Sinceramente, não vejo por este lado! Não é este o meu entendimento, assim como de muitos pesquisadores sobre a questão.

É óbvio que os prejuízos às pessoas que empregaram recursos financeiros nas construções de imóveis, são grandes. Mas precisamos fazer algumas reflexões, entre as quais: será que a sociedade de uma forma geral não tem uma parcela significativa de culpa, quando jogamos um lixo no chão, quando insistimos em entrar com nossos veículos na praia, quando desmatamos, quando insistimos em construir em cima de dunas, quando jogamos nossa água servida de qualquer modo na areia... Enfim, quando infringimos as leis da natureza?

As mudanças climáticas no Planeta tem muito a ver com o que está ocorrendo em Ajuruteua, e o aquecimento global é um dos principais itens.

Será que as construções de hidroelétricas no complexo do Rio Tapajós não está influenciando tais mudanças? Quanto de sedimento tem sido “jogado” no Oceano Atlântico, a partir da foz do Rio Amazonas?

Precisamos entender também que estamos no bioma Amazônico, o que não dá pra ficar comparando que se construir “isto ou aquilo” como se faz no Japão vai resolver o problema de Ajuruteua. Lá a pluviosidade média anual é de 1.000mm/ano e aqui na Amazônia varia de 1.400 a 3.500 mm/ano com média de 2.000mm. Ou seja, o dobro.

Enfim... volto a afirmar que não vejo que a praia de Ajuruteua está acabando! Acredito que este é o momento para pensarmos nas gerações futuras. De pensarmos que praia que queremos, que tipo de turismo que queremos, que tipo de economia que queremos e que respeito ao Meio Ambiente devemos adotar.

Outra coisa: dizer que a Gestão Municipal não está fazendo nada é minimamente, falsa!

O Prefeito João Nelson instituiu em 2013 por meio de Decreto Municipal um GT, o GT-GERCO (Grupo Técnico de Gerenciamento Costeiro) e nós, da SEMMA, estamos coordenando os trabalhos. Trata-se de um fato inédito em nível nacional, demonstrando a preocupação da Gestão para com a questão. Tanto é que, que estamos buscando discutir perante aos órgãos estaduais e federais, com o apoio do Ministério Público do Estado e do Ministério Público Federal. E mais: com a participação da sociedade, principalmente ouvindo as pessoas que moram em Ajuruteua.

Este assunto está sendo debatido, a fim de buscar soluções, junto aos Entes Federados pois o Município, sozinho, não tem condições de resolver. E é o que estamos fazendo!

Assim, e por último, peço-lhes humilde e gentilmente que evitem emitir comentários sem o devido conhecimento da causa. Isto na realidade, só faz atrapalhar o andamento das discussões.

Quaisquer dúvidas e sugestões, estamos prontos para ouvi-los!

Muito obrigado pela compreensão.

Luís Eustórgio Pinheiro Borges

Secretário Municipal de Meio Ambiente

Presidente do Fórum Permanente de Secretários Municipais de Meio Ambiente do Estado do Pará


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