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Comunidades rurais protestam contra implantação de ensino a distância do Governo



O campo reagiu na manhã desta quarta-feira, 31. Centenas de alunos da rede rural de ensino ocuparam a 1ª Unidade Regional de Educação (1ª URE) pedindo a retirada do Sistema Interativo Educacional, o SEI, que o governo do Estado, em convênio com a prefeitura do município, está implantado na região rural de Bragança.


Antes eles se reuniram na Praça da Bandeira, centro de Bragança. Dezenas de comunidades rurais da região se mobilizaram junto aos professores e alunos para protestar contra as medidas dos governos. Para os manifestantes, o SEI é um retrocesso para a educação do campo.


O novo modelo que o governo quer implantar eliminaria a presença do professor da sala de aula. Este seria substituído por um outro que a distância, mais precisamente, na capital paraense, ministraria as aulas em tempo real as comunidades através de um televisor.


Isto segundo alunos e professores do atual módulo impediria a interação, o que é fundamental no processo de educação, como explica o membro da coordenação estadual do SINTEPP.


Para Thiago, este sistema, além de ser impositivo, é uma manobra do governo para evitar custo com a educação.


O atual modelo, ainda presente na maioria dos municípios do Estado, conhecido por Sistema de Organização Modular de Ensino, o SOME, disponibiliza de professores nas comunidades, possibilitando os educadores a conviver e se adaptar com realidade de cada comunidade.


O SOME é um sistema garantindo há 38 anos pelos anseios de pais de alunos das zonas rurais distantes da sede do município. Por conta disso, dona Rosileide da Silva, que é moradora do Jarana, não apoia o novo sistema.


Alunos e professores percorreram algumas ruas da cidade até chegar a 1ª URE. Lá, uma comissão foi recebida pela diretora da unidade, Anne de Assunção. Depois de ouvir professores, alunos e pais de alunos, a diretora assumiu o compromisso de encaminhar um documento demonstrando a não aceitação do sistema SEI nas comunidades a Secretaria de Estado de Educação, a SEDUC. Segundo ela, com base nas reivindicações da comunidade, é possível que o governo volte na decisão.


Ela ainda disse que o SEI só está sendo implantado na região rural de Bragança por consentimento do governo municipal, que recebeu uma equipe técnica do estado e foi favorável a implantação.


O atual modelo, o SOME, é mantido pelo governo do Estado, com contrapartidas dos municípios. A ideia de mudar o sistema é na prática conter gastos.


Professores e alunos também protestaram no prédio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED). Lá uma comissão também foi recebida pelo secretário Luís Augusto, que assumiu o compromisso de encaminhar as reivindicações ao prefeito municipal.


Municípios, como Augusto Correa e Viseu também passam por esta transformação. Por isso no ato houve representantes de comunidades destes municípios.


O único político apoiando a mobilização foi o vereador de Bragança Rivaldo Miranda.


Uma nova reunião entre educadores e representantes de alunos com a 1ª URE deve acontecer na próxima segunda para apresentação de encaminhamentos.


O Pará se destaca no cenário nacional com baixo índice de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), estando sempre nas últimas colocações do ranking da ONU.


Com a implantação do novo sistema (SEI) aproximadamente 1.000 educadores serão afetados no Estado do Pará. Só em Bragança serão 50 e mais de 500 alunos que integram o sistema.

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