Esgoto do presídio de Bragança e ausência de gestão estão deixando moradores doentes
A comunidade do Acarajozinho, interior de Bragança, nordeste do Pará, é composta de mais de 300 famílias. Em sua maioria, famílias pobres, que convivem com o descaso público.
Na Rodovia dos Pescadores, uma das mais antigas do município, por exemplo, se concentra a maior parte dos problemas. Ao começar pela limpeza da via. Há tempo a gestão pública municipal não realiza a capina. Como consequência, o mato já dominou maior parte da rua.
Nossa equipe precisou mostrar na prática a dimensão do problema, e constatamos que mais da metade da via está ocupada pelo mato.
Os problemas continuam. Agora em relação a saneamento básico. O esgoto é a céu aberto. E o mau cheiro é insuportável. O que agrava isso é o que vem do Centro Regional de Reabilitação de Bragança. O que sai de lá está deixando os moradores doentes.
O prédio do CRRB fica dentro da comunidade. Dele sai uma água preta, podre e fétida. Os moradores dizem que é água de esgoto. Muitos literalmente sentem na pele as consequências desta vazão.
Mas não se trata apenas de esgoto, há quem diga que o líquido vem da fossa do presídio, como afirma o líder comunitário, Valfredo Monteiro.
Adultos estão com problemas de pele. E as crianças, nem se fala. Este bebê de apenas 2 meses, está com coceira por todo o corpo, e a mãe que preferiu não se identificar, acredita que é por causa da água que é afetada pelo esgoto do presídio.
Por onde a água passa deixa rastro de prejuízo. Terrenos estão a venda, mas ninguém quer comprar. E o mau cheiro domina o pedaço.
Descendo mais a rua, uma poça, com a mesma água, se formou em frente a uma escola. É assim o tempo todo.
Valfredo Monteiro apela por melhorias.
A Prefeitura informou que vai averiguar a denúncia. Caso se confirme, serão mobilizadas duas secretarias, de Infraestrutura e de Saúde, para resolver definitivamente a situação.” A Assessoria disse que esta averiguação ocorrerá ainda hoje.
Entramos em contato com o diretor do CRR de Bragança, Celso Melo, que está de férias, que informou que qualquer informação em relação ao presídio tem que ser através da SUSIPE, em Belém do Pará.